Qualidade das praias piora em SC a cerca de um mês para o verão; entenda
21/11/2023
(Foto: Reprodução) Verão começa oficialmente no Brasil em 22 de dezembro. IMA destacou a situação das chuvas e afirmou que não é recomendado o banho de mar nas primeiras 24 a 48 horas depois da ocorrência de temporais. Balneário Camboriú (SC)
Jornal Nacional/ Reprodução
O mais recente relatório de balneabilidade de Santa Catarina apontou uma piora na qualidade das praias de Santa Catarina. Divulgado na sexta-feira (17), a cerca de um mês do verão, o balanço revelou que 68% dos locais analisados estavam próprios para banho. Na semana anterior, no entanto, o índice era de 77,64%.
Em nota na sexta, o IMA destacou a situação das chuvas no estado e afirmou que não é recomendado o banho de mar nas primeiras 24 a 48 horas depois da ocorrência de temporais. Conforme o órgão, as "chuvas podem arrastar material contaminado, o que pode deteriorar a qualidade das águas para banho".
O verão começa oficialmente no Brasil em 22 de dezembro. Na temporada, entre novembro a março, o IMA realiza o monitoramento das praias semanalmente. Já entre os meses de abril e outubro, a pesquisa é mensal.
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Os dados são divulgados pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA), que faz a coleta da água em mais de 100 praias e balneários do estado. No total, são 27 cidades de litorâneas que passam pela avaliação.
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Conforme o relatório mais recente, onde as análises foram feitas entre 13 e 17 de novembro, foram 76 pontos impróprios e 161 áreas com patamar seguro para banho. Na semana de 6 a 10 de outubro, dos 237 locais avaliados, 184 estavam próprios e 53 impróprios.
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Destaques
Guarda do Embaú, em Santa Catarina
Clarìssa Batìstela/g1SC/Arquivo
Em Florianópolis, das 87 áreas, 69 estão adequadas para banho - o que equivale a 79,31% conforme o dado mais recente;
Em Balneário Camboriú, no Litoral Norte, que espera receber 2 milhões de turistas neste verão, sete pontos analisados nas cinco praias estão próprios e oito impróprios; Na Praia Central, dos 10 pontos, sete estão impróprios;
Em Palhoça, na Grande Florianópolis, dos sete pontos analisados, apenas um estava próprio para banho;
Em São Francisco do Sul, no Norte, dos nove pontos onde as amostras foram coletadas, dois foram considerados impróprios.
Metodologia e legislação
As amostras nas praias de Santa Catarina são analisadas conforme a diretriz do Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, que consiste na quantificação dos coliformes totais e Escherichia coli. Veja:
Conforme a Resolução Conama nº 274, o ponto é considerado “PRÓPRIO” quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras coletadas nas últimas 5 semanas anteriores, no mesmo local, houver no máximo 800 Escherichia coli por 100 mililitros;
O ponto é considerado “IMPRÓPRIO” quando em mais de 20% de um conjunto de amostras coletadas nas últimas 5 semanas anteriores, no mesmo local, for superior a 800 Escherichia coli por 100 mililitros ou quando, na última coleta, o resultado for superior a 2000 Escherichia coli por 100 mililitros.
Saneamento
O professor de ecologia e oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Paulo Horta disse que um dos fatores que alteram a balneabilidade está relacionado ao saneamento básico.
"Todas as casas [do estado] não têm coleta [de esgoto]. Nós temos um escoamento direto do esgoto produzido para os cursos d’água", declarou o professor.
Dados do Instituto Trata Brasil dão conta que a cobertura do saneamento básico em Santa Catarina é de 65%. Na opinião do professor, é necessária a universalização da coleta. "Precisa de fato ter sistema que atenda a todas as cidades".
Praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis, em julho de 2023
Tiago Ghizoni/NSC
A Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), que cuida do saneamento de 194 dos 295 municípios de Santa Catarina, comentou em nota o resultado do relatório de balneabilidade.
"Em relação ao levantamento do IMA, dos 87 pontos verificados em Florianópolis, 69 estão adequados para banho, o que equivale a 79,31%. Na capital, por exemplo, oito pontos mudaram de próprio para impróprio por conta da alta pluviometria registrada no Estado nas últimas semanas. Vale ressaltar que a questão da balneabilidade das praias tem relação também com drenagem das vias urbanas, de responsabilidade da prefeitura, e com estabelecimentos comerciais e moradores que não se conectam à rede de esgoto da Casan, destinando efluentes não tratados para galerias de águas pluviais".
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